Frio, e suspiros.

Às vezes dá um friozinho na barriga e, confesso, até penso em desistir. Afinal, se não tá dando certo, melhor deixar pra lá e terminar de escrever. Colocar um ponto final seco, sem deixar reticências e sem acumular vírgulas. Que na hora H a gente acha que colocando pontos, simplesmente o passado fica no passado e não volta. E enfim, dá vontade de por um ponto. Mas aí, poxa vida. Quem mais além de você? Quem? Me abraçando quando sentisse frio, me animando quando choro, me dando motivos pra ser feliz (…) Quando o mundo conspira pra que eu desista, eu só lembro de você e de mim. E de nós. E de como irradiamos aquela constelação implicante que até irrita solitários quando estamos juntos. De como o seu sorriso irradia felicidade e transparece a coisa mais linda que já vi na minha vida. De como seus olhos brilham, sua voz ameniza, seu toque vira essência. De como cada um que passa percebe o quão sincero e real é o nosso sentimento. É mais que um laço, e menos que um nó - é claro e é real, nó aperta, laço eterniza - é vontade, é necessidade, é amor. A gente pensa que vive sem, e até vive, mas não quer. É vício, daqueles que fazem a gente querer passar por cima do Everest se estiver ao nosso alcance, ou talvez que nem no nosso alcance esteja, e a gente escala. Por mais que doa as pernas, as mãos, o coração. É vício tão grande que quando penso em amor a gente sabe que é você. Tão grande que me faz misturar primeira e terceira pessoas em um texto, em uma frase. É um múltiplo de alegria que puxa um sorriso sincero. Viu só? Os contra-argumentos são bem maiores que o friozinho na barriga que dura um pequeno tempo. Por isso que não desisto, por isso que penso e um segundo depois me pego sorrindo. É que quando dá esse friozinho na barriga, eu penso no seu rosto, e me vem milhares de adjetivos, de combinações, de lembranças, de momentos (…) E confesso mais uma vez. Anota aí pra não esquecer: pode até dar um complexo sem nexo de vontade de desistir, mas não desisto porque não seria nada sem você, meu amor.